O Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) é calculado pela CCEE e depende – dentre outras variáveis – do histórico de vazões afluentes.

Nos últimos dez anos, o Setor Elétrico Brasileiro tem passado por um período de escassez hídrica, resultando em altos valores de PLD, esvaziamento dos reservatórios e uso intenso de termoelétricas.

Os modelos de planejamento do setor são altamente dependentes dos modelos de projeção de vazão, que indicam a expectativa de disponibilidade de energia futura, e esses modelos são calibrados com base nos valores históricos. Se os modelos forem calibrados com valores históricos otimistas, ele sempre verá um período chuvoso pela frente, tomando decisões não condizentes com os períodos mais recentes.

A redução dos períodos utilizados para a calibração dos modelos pode aproximar os modelos da situação climatológica mais recente. Espera-se que a utilização de um período mais curto do histórico para esta calibração, com menos disponibilidade de água no sistema, resulte em uma visão menos otimista do futuro pelo modelo, aumentando o valor do PLD, o despacho térmico, reduzindo o despacho fora do mérito e aproximando o modelo da realidade.

Foram realizadas diversas simulações tanto para NEWAVE, DECOMP e DESSEM considerando 4 decks de preços (mai/21, set/21, out/21 e nov/21) e cinco períodos históricos (oficial com 89 anos, 50 anos, 40 anos, 30 anos e 20 anos) para avaliar o comportamento do PLD. Os resultados são surpreendentes!